Porque eu estava com saudades da natureza, sai a perambular, aqui no meio da cidade procurando, os vestigios dela....que sorte! logo ali, em frente a minha morada, um pequeno
pomar de cacau, eu fiz a farra, ali mesmo ja comecei a sentir o cheiro do verde e a olhar o que a terra me apresentou:
-folhas velhas e mortas caidas sob a terra preta e molhada da chuva de ontem.cacaus caidos e apodrecidos, pedaços disso e daquilo e tudo ali me encheu ""as vistas"".flores e gatinhos perambulando formavam o cenario, e assim que voltei a minha casinha, peguei o poeta pantaneiro Manoel de Barros e li o seguinte poema:
"O Roceiro"
No clarear do dia vou para o roçado
A capinar
Ate de tarde tiro o meu eito: arranco inços tranqueiras,
joás e bostas de bugiu que não serve nem para esterco.
Abro a terra e boto as sementes.
Deixo as sementes para a chuva enternecer.
Dou um tempo.
Retiro de novo as pragas: dejetos de aves, adjetivos.
(Retiro os adjetivos porque eles enfraquecem as plantas)
E deixo o texto a germinar sobre o branco do papel.
Na maior masturbação com as pedras e as rãs."
Grande poeta Manoel de Barros
amo-te....
4 comentários:
Oi,
Sabe que também sou baiana? De Ilheus... amei as fotos, especialmente a do cacau e a das sementes.
Abraço,
Iêda
Viajei nas imagens e meu coração se abriu em sol carícia à leitura do Manoel de Barros.
Sou parabaina..
vim de Buzios para ca,
via São Paulo e Recife.....
esta eh uma terra divina maravilhosa.....
eh sim, o Manoel de Barros tem o dom de ispirar magias...
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