IMAGINEM uma pessoa que viveu 93 anos sem ver nada da vida da cidade, da vida moderna.Que morava la no meio da caatinga paraibana, no Cariri, seco e solitario, nada de novo aparecia por ali, ate a decada de 80...
Entao a minha mae resolve trazer a Villou ao Recife para ir ao medico por causa do chumbo que comecou a incomodar, a inflamar o nariz depois de mais de 20 anos alojado ali.Quando ela chegou em Campina Grande para tomar o onibus para vir ao Recife, precisou (de uma viatura policial)de varios policiais agarra-la e por dentro do onibus, que ela nunca tinha visto antes.Minha mae conta que ela chorou a viagem de 4 horas inteirinha.quando chegarma em Recife, foi outro batalhao para tira-la de dentro do onibus.
Ela como nunca tinha visto nem lampada e nem torneira(tinha 93 anos de puro cariri) derramando agua deu uma crise de histeria que foi dificil acalma-la.Me parece que a minha mae ameazava chamar a policia.
E ao chegar a noite quando acenderam as luzes da casa, foi outra cena d eloucura total....Passado o susto , minha mae conta que foi outra cena quando ligaram a televisao,(sendo que aqui aconteceu uma coisa curiosa, ela ficou em extase, ficou totalmente vidrada na tela da tv, hipnotizada) pois ela perguntava o tempo todo a minha mae, por gestos , como eh que tinham colocado as pessoas dentro da televisao e como elas podiam ter ficado daqueles tamanhos////e se elas sairiam e como....
.A minha mae conta que os tres meses em que ela ficou no Recife foram muitas coisas acontecidas, hilarias e ao mesmo tempo meio tristes pela condicao dela.
Naquela epoca eu estava morando em SAO LOURENZO, MINAS GERAIS e nao vi nada , so sabia por cartas das coisas que a minha mae me escrevia, e hoje nas rodas de "causos contados 'quando a familia se reune eles(meus irmaos) que estavam la presentes contam...............e apesar de tudo isto nao ser nada alegre
nos damos umas boas gargalhadas.
quarta-feira, 14 de março de 2007
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este eh um diario atraves de imagens. a cronologia nunca sera a mesma. ele tanto pode estar no passado como no presente mas sempre com o futuro como meta, como se fosse O OLHO REAL.
Um comentário:
Adorei sua história, ri e chorei ao mesmo tempo, fiquei imaginando tudo que vc contou, lembrei da minha bisa...com sua doçura. Obrigada por esses momentos de alegria. Valeu!
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